Panorama Semanal do Mercado de Fertilizantes
- Ricardo Lima de Souza
- 4 de abr.
- 2 min de leitura
O mercado de fertilizantes encerra a primeira semana de abril com fortes movimentos de alta nos nitrogenados, estabilidade no potássico e leves valorizações nos fosfatados. Um cenário dinâmico, pressionado por incertezas geopolíticas, variações cambiais e movimentos estratégicos de compra.

A ureia foi a protagonista da semana. No mercado internacional, o contrato futuro para maio de 2025 saltou impressionantes US$ 44 em um único dia, fechando em US$ 435/t – a maior alta diária registrada no ano, segundo a StoneX. O vencimento de julho também acompanhou o movimento, subindo para US$ 389/t.
Esse comportamento reflete uma conjunção de fatores:
Incertezas globais, especialmente após os novos pacotes tarifários dos EUA.
Alta demanda internacional, com destaque para as movimentações indianas no mercado.
A ausência temporária da China como exportadora, devendo retornar somente em maio.
No Brasil, a ureia fechou a semana com cotações CFR entre US$ 385–390/t, segundo a Agrinvest, com valorizações de até US$ 35/t em relação à semana anterior. No mercado interno, os preços variam entre R$ 2.986 e R$ 3.043, dependendo da praça comercial.
Os fertilizantes fosfatados apresentaram altas modestas, reflexo da retomada gradual da demanda:
MAP (11-52-00): Subiu cerca de US$ 5/t, cotado entre US$ 670–675/t CFR.
Superfosfato Simples e Triplo: Valorizações de US$ 3/t, mantendo um ritmo de mercado mais cauteloso.
No interior do Brasil, o MAP é negociado entre R$ 4.618 e R$ 4.718, com maior custo observado em Sorriso (MT).
O mercado de KCl permanece estável, com preços ao redor de US$ 350/t CFR. Mesmo com os rumores sobre possível imposição de tarifas pelos EUA, o potássico foi isento no pacote recente, o que trouxe alívio ao setor.
Nos principais polos agrícolas brasileiros, o preço do KCl oscilou levemente, mantendo-se na faixa de R$ 2.659 a R$ 2.701/t.
Tendências e perspectivas
O mercado segue atento aos desdobramentos da política comercial dos EUA, aos próximos tenders internacionais e, principalmente, ao retorno da China ao mercado exportador de nitrogenados.
Outro fator que pode balizar os preços nas próximas semanas é a taxa de câmbio, que encerrou o dia em R$ 5,84, afetando diretamente os custos internos.
O momento é de atenção redobrada para quem atua no planejamento de compras. A volatilidade global, somada ao comportamento estratégico de grandes players como Índia e China, pode continuar impactando os preços. Ficar de olho nos movimentos do dólar e nos relatórios semanais é fundamental para decisões mais seguras.
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